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Pescando em outras águas | A despedida do Pescador Pixico

Texto: Lígia Apel

“Não tinha um dia que se encontrasse com ele, que ele não tivesse um sorriso no rosto, mesmo diante de toda dificuldade”.  Assim a bióloga Liliana Souza descreve a  personalidade do seu Pixico, pescador 
artesanal de Cajueiro da Praia, no Piauí, falecido no dia 22 de julho, em decorrência do Covid 19, no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba.

O pescador Francisco Roque dos Santos, seu Pixico, 65, é mais uma das vítimas do descaso com que o poder público brasileiro vem tratando a pandemia que assolou o planeta e está levando o novo coronavírus para os mais distantes rincões do Brasil.

Liliana, acompanha há oito anos o Projeto Peixe-Boi Marinho, no Pontal do Socó, na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, e tem uma forte ligação com os pescadores desse território, pois são os mais importantes aliados na proteção de um dos maiores abrigos de peixe-boi marinho do Brasil.

Para a bióloga, a perda de seu Pixico é irreparável. “Antes de se internar saiu todo animado, brincando e dizendo pra deixar a pesqueira dele arrumada, que ele voltava e ia continuar na lida da pesca. Ele era uma pessoa alegre, animada, sempre participou das nossas reuniões e sempre apoiou a proteção do meio ambiente, participando das atividades no território. O legado que seu Pixico deixa para todos nós é agir com firmeza e alegria, nunca deixar de fazer o que precisa ser feito”.

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